quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Mulheres Guerreiras Cavaleiras na Idade Média

Cavaleiras na Idade Média Autor:

Haviam cavaleiras na Idade Média? Inicialmente achei que não, mas uma pesquisa mais ostensive revelou respostas surpreendentes. Haviam duas formas pelas quais alguém podia se tornar cavaleiro ou ser induzido a uma ordem de cavalaria. Há exemplos de ambos os casos para mulheres.

Ordens de Cavalaria Feminina

A Ordem da Machadinha

Há um caso de uma ordem de cavalaria claramente military para mulheres. É a ordem da Machadinha (orden de la Hacha) na Cataluña. Foi fundada em 1149 por Raymond Berenger, conde de Barcelona, para honrar as mulheres que lutaram pela defesa da cidade de Tortosa contra o ataque mouro. As damas admitidas a ordem recebiam muitos privilégios, incluindo abono de todos os impostos, e tomavam precedência sobre os homens em assembléias públicas. Presumo que a ordem morreu com os membros originais.

Aquiá há uma descrição retirada de Ashmole, The institution, Laws and Cerimonies of the most noble order of Garter (1672), Cap 3, seção 3. “O exemplo é das Nobres Mulheres de Tortosa em Aragão, e é registrado por Josef Micheli Marquez, que claramente as chama de Cavalleros ou Knights, alias melhor chamar de Cavalleras, tendo observado que as palavras Quitissae e Militissae (formadas do latim Éqüites e Milites) se aplicam a mulheres ,e algumas vezes são usadas para expressar madames ou senhoras, embora esses Títulos não sejam bem conhecidos. “Don Raymond, ultimo Conde de Barcelona (que por casamento com Petronilla, unica Filha e Herdeira do Rei Ramiro o Monge, uniu o principado ao Reino de Aragão) que no ano de 1149, tomou a cidade de Tortosa dos Mouros, eles em 31 de dezembro do ano seguinte, fizeram um novo Cerco ao lugar, para recuperá-la das mãos do Conde. Os habitantes estavam reduzidos a uns poucos combatantes, desejavam reforços do Conde, mas ele, fora de condição de lhes enviar tropas, lhes jogou numa posição em que muitos pensaram em se render. O que as mulheres ao ouvirem, para evitar um desastre ameaçando a cidade, elas mesmas, e crianças, colocaram roupas de homem, e com um movimento certeiro, forçaram os mouros a levantar o Cerco.

O Conde, se encontrando em divida, dada a notoriedade da ação, achou adequado retribuir logo, garantindo a elas diversos privilégios e imunidades, e para perpetuar a memória de tal feito instituiu uma Ordem, de alguma forma uma Ordem Militar, nas quais eram admitidas tais Bravas Mulheres, derivando a honra para suas Descendentes, e assignou a elas uma Dadge, uma coisa como um Capoche de Fryars, fino no topo, na forma de uma tocha, e de uma cor carmesim, para ser vestida como vestimenta na cabeça. Também ordenou que em todos os encontros públicos, as mulheres deveriam ter precedência sobre os homens. Que elas deveriam ser execradas de todos os impostos, e que todos os aparelhos e jóias, que embora nunca de tanto valor, deixados por seus maridos mortos, deveriam ser delas. “Estas mulheres (diz nosso autor) havendo então adquirido esta Honra para seu valor pessoal, seguiam os cavaleiros militares de tais dias”, Jeanne Hachette, que lutou para repelir o assalto burgúndio na cidade de Beauvais em 1472. O Rei lhe liberou de todos os impostos, e ordenou que, numa procição anual para comemorar o evento, mulheres tivesse precedência sobre os homens. Essa estória parece ser uma cópia carbono da estória da Ordem da Machadinha...

Na Itália, a Ordem da Gloriosa Santa Maria, fundada por Loderigo d’Andalo, um nobre de Bolonha em 1233, e aprovada pelo papa Alexandre IV em 1261, foi a primeira ordem religiosa de cavaleiros a garantir o rank de militissa a mulheres. Essa ordem foi suprimira por Sixtus V em 1558.

Nos Paises Baixos, sob a iniciativa de Catherine Baw em 1441, e dez anos depois Elizabeth, Mary e Isabella da casa de Hornes, foram fundadas ordens que eram abertas exclusivamente a mulheres de berço nobre, que recebiam o titulo francês de chevalière ou o titulo em latim de equitissa. Em seu Glossarium (s.b. militissa), Du Cange nota que ainda hoje (século XVII), os cânones femininos do monastério de St. Gertrude em Nivelles (Brabant), depois de um período de experiência de 3 anos, eram feitas cavaleiras (militissae) no altar, por um cavaleiro chamado para esse propóstio, que lhes dava a colação com uma espada e pronunciava as palavras de sempre.

Na Inglaterra, damas eram apontadas ao Garter quase desde o começo. Ao todo, 68 senhoras foram apontadas entre 1358 e 1488, incluindo todos consortes. Embora houvessem muitas mulheres de sangue real, ou esposas de cavaleiros, algumas mulhares não eram. Vestiam o brasão no braço esquerdo, e algumas oestantavam suas lapides com o arranjo. Depois de 1488, nenhuma outra indicação é conhecida, embora é dito que o manto foi garantido a poetisa napolitana Laura Bacio Terricina, por Eduardo VI. Em 1638, uma proposta feita para reviver o uso de robes para as esposas dos cavaleiros em cerimônia, mas não passou disso. (Veja Edmund Fellowes, Knights of the Garter, 1939, e Beltz, Memorial da Ordem do Garter).

Mulheres nas Ordens Militares

Diversas ordens militares estabelecidas tinham mulheres associadas com elas, além da simples provisão de auxilio. A ordem Teutônica aceitava consorores que assumiam o hábito da ordem e viviam sob seu jugo; elas tomavam funções hospitaleiras e domésticas. Mais tarde, no século XII, vê se que conventos dependentes de ordens militares se formaram. No caso da Ordem de Saint-John (mais tarde Malta) eles eram soeurs hospitalières, e eles eram a contraparte dos frères pêtres ou padres irmãos, uma classe bem distinta de cavaleiros. Na Inglaterra, Buclkand era o local de uma casa das irmãs Hospitalarias do reinado de Henrique segundo até 1540. Em Aragão, haviam conventos Hospitalários em Sigena, San Salvador de Isto, Grisén, Alguaire, cada um supervisionado por uma commendatrix. Na França são encontrados em Beaulieu (próximo a Cahors), Martel e Fieux. A única outra ordem militar a ter conventos por volta de 1300 era a ordem de Santiago, que admitia membros casados desde sua fundação em 1175, e logo mulheres foram admitidas e organizadas em conventos da ordem (fim do século XII e começo do século XIII). Os conventos eram supervisionados por uma commendatrix (Em espanhol: commendadora) ou diretora do convento. Haviam um total de seis no fim do século XIII: Santa Eufenia de Conzulelos no norte de Castilho, San Spiritu de Salamanca, Santos-o-Vello em Portugal, Destriana próximo a Astorga, San Pedro de la Piedra próximo a Lérida, San Vicente de Junqueres. A ordem de Calatrava também tinha um convento em San Felices de los Barrios.

Cavaleiras

Francês medieval tem duas palavras, chevaleresse e chevalière, que eram usadas de duas formas: uma era para a esposa de um cavaleiro, e esse uso vai desde o começo do século XIV. Aqui vem uma citação de MEnestrier, um escritor do século XVII sobre a cavalaria: “Não era sempre necessário ser a esposa de um cavaleiro para receber esse titulo. Algumas vezes, quando algum feudo masculino era concedido por um privilégio especial para mulheres, elas recebiam o rank de chevaleresse, como pode se ver em Hermircourt onde mulhares que não eram esposas de cavaleiros são chamadas chevaleresse.”. Não pude encontrar nenhum sinal de nenhum titulo nomeado a Joanna D’Arc. Sua família foi feita nobre, com nobreza transmissível através de mulheres, o que era bastante incomum. Ela realmente cavalgava um cavalo e vestia uma armadura, mas ela não empunhava uma espada e nunca matou ninguém, mas ao invés disso segurava sua bandeira com firmeza.

Mulheres ‘Grand-Cross’ na Ordem de Saint John

Em 1645, quando uma esquadra naval turca ameaçava a ilha de Malta, um nobre francês, Louis d’Arpajon (1601-79), chamou seus vassalos, levantou seu exército de 2000 homens, encontrou barcos e provisões e velejou por Malta. Em 27 de julho de 1645, um grato Grão Mestre lhe garantiu a ele e seu filho mais velho o direito de vestir e carregar em suas tropas a cruz de Malta, e a um de seus filhos mais novos o direito de ser admitido como menor na ordem e ser promovido a grand cross na idade de 18 anos; além do mais esse privilégio seria transmitido para seu sucessor como chefe da casa, e num caso de extinção da linha masculina ele passaria para as fêmeas.

Este privilégio foi quando a linhagem masculine tornou-se extinta com seu neto Luis d'Arpajon, cavaleiro da Golden Fleece, que morreu em 1736. Ele deixou uma filha Anne-Claude-Louise d'Arpajon (1729-94) que se casou com Philippe de Noailles, code de Noailles, barão de Mouchy (1715-94). Ela então recebeu a Grand-Cross (“Grande-Cruz”) em 13 de Dezembro de 1745 em Paris pelo embaixador da Ordem, e seu marido foi recebido em 17 Nov 1750 (ele era também cavaleiro de St Esprit 1767, cavaleiro da Golden Fleece 1746, e marechal da França 1775, grandee da Espanha 1ª classe 1741, styled duc de Mouchy 1747. (fonte: La Chesnaye-Desbois; o président Hénault, tio materno da condessa de Noailles, testemunhou sua recepção e menciona-a em seu Mémoires, p. 146.).

O filho mais novo deles, Louis-Marie, visconde de Noailles (1756-1804) was foi chamado para o privilégio. Ele casou com sua prima a filha do duque d'Ayen e teve entre outros o filho mais novo Alfred-Louis-Dominique (1784-1812), barão do Império Francês, de quem a única filha com sua prima Charlotte de Noailles de Mouchy foi Anne-Charlotte-Cécile (d. 1858). Ela casou-se com Charles-Philippe-Henri de Noailles, duque de Mouchy, e o filho deles, Antonin-Just-Léon-Marie (1841-1909), foi grande-cruz de St. John. Os Gotha Français também chamam seu neto e successor Henry, duque de Mouchy (1890-1947) como grande-cruz, mas não conta se este privilégio continuou.

Hénault adiciona que (em sua época, c. 1750), houve outras três mulheres grandes-cruzes: a "princesse de Rochette na Itália", a princesa de Thurn and Taxis (Maria Ludovika von Lobkowicz, 1683-1750), e sua filha Maria Augusta von Thurn und Taxis, duquesa de Wurttemberg ((1706-56).



"The medieval knight is generally perceived as mounted warrior, armed 'cap-à-pied', bound by the codes of chivalry. The close association of the knight and his horse is clearly shown by the titles by which he was known throughout Europe; in France he was a 'chevalier', in Italy a 'cavaliere', in Spain a 'cabalero', and in Germany a 'ritter', from the word meaning to ride. Even the name for the code by which the knight was later to be bound, chivalry, derives from the French 'cheval'. It is only in England that the word 'knight' has no direct association with the horse. It comes from the Anglo-Saxon word 'cniht', meaning household retainer or servant, and it is not until the twelfth century that knighthood and chivalry become inextricably associated with gentle birth". ("Arms and Armor of the Medieval Knight", David Edge & John Miles Paddock)

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